Fomentar novos talentos através de Projetos de Pesquisa

Prezados leitores, crio este espaço chamado "A Visão do Prof. Valmir ComCiência", com o objetivo de ampliarmos as discussões em torno de possíveis melhorias no Ensino de Ciências em nossas Instituições de Ensino, entre elas de Educação Básica, Profissionalizante e de Ensino Superior.

Nesta primeira Postagem, escrevo sobre a fomentação de novos talentos através de PROJETOS DE PESQUISA, a partir das observações feitas em diferentes eventos de socialização de trabalhos científicos, voltados às diferentes áreas de estudos dos estudantes de Ensino Médio e de cursos profissionalizantes, das quais participei como professor orientador.
Os eventos, aos quais me refiro, são os seguintes: 6a edição da Feira de Tecnologia, Ciências e Artes do PEIES organizado pela UFSM em Santa Maria – RS; 6a edição da Mostra Estadual de Trabalhos Científicos, evento do Salão de Pesquisa SETREM – SAPS, organizada pela SETREM de Três de Maio – RS; 2ª Mostra de Iniciação Científica Júnior, no Congrega URCAMP, organizada pela URCAMP de Bagé-RS; 21a MOSTRATEC - Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia - organizada e executada pela Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha de Novo Hamburgo – RS e 5a FEBRACE - Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, organizada pela Escola Politécnica da USP de São Paulo – SP.
Observo uma impressionante qualidade na maioria dos trabalhos apresentados em tais eventos, com destaque para MOSTRATEC e FEBRACE, eventos estes que classificam trabalhos para representarem o Brasil em Feiras Internacionais. Alguns trabalhos se parecem com “verdadeiras” teses, dissertações, ou monografias, pelos seus rigores científicos e fundamentações teóricas apresentados.
Mas como os estudantes da educação básica e profissionalizante estariam atingindo tal nível em seus projetos de pesquisa? A resposta me parece ser bastante simples, aplicação da metodologia da pesquisa em trabalhos investigativos, onde professores e estudantes estão dispostos a apresentarem soluções e respostas a problemas propostos ou a situações problemáticas existentes.
Os referidos eventos têm proporcionado momentos reflexivos, entre os professores participantes (aliás, que na maioria dos casos são os mesmos, ou seja, ainda somos poucos), acerca dos caminhos a seguir, buscando a melhoria dos trabalhos produzidos dentro das instituições de ensino brasileiras.
O que visualizo nos estudantes e professores possuidores de projetos destacados nestes eventos, que os mesmos encontram-se em um processo onde ambos estão dispostos a aprender a aprender de forma conjunta, usam os projetos como ferramenta de ensino-aprendizagem dos diferentes assuntos trabalhados nos componentes curriculares. Não são casos de grupos isolados, e sim existe uma “contaminação” positiva em suas escolas, onde os professores, os estudantes e toda comunidade escolar vive, respira e acredita em projetos de pesquisa baseados em metodologia científica, fazendo parte de seus projetos pedagógicos.
O que mais impressiona nestes eventos é a legítima “caça” por parte de empresários, de pesquisadores, da mídia e das próprias universidades aos estudantes envolvidos nos projetos, por que será? Será que é por que estes jovens estariam melhores preparados a desenvolverem diferentes projetos, utilizando o método científico como um dos instrumentos? Ou talvez, por que estes estudantes teriam maior facilidade de integração com diferentes grupos e instituições? Ou seria, por que estes estudantes possuem um forte interesse pela investigação científica, favorecendo o descobrimento de novas tecnologias? Sob nossa ótica, estas perguntas não possuem uma resposta única.
Então, o que faltaria para nós, enquanto professores, estudantes e comunidade escolar para fomentarmos a cultura dos projetos de pesquisa em nossas instituições?

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